Seus métodos potencializam o impulso vital em nós, a identificação de sentimentos negativos, o reconhecimento de recursos interiores lastreados nos sentimentos positivos. Promovem a sabedoria, o respeito mútuo, o amor compassivo, desapegado.
Quando um grupo se reúne num workshop terapêutico do Rio Abierto ou num workshop de Constelações Sistêmicas, forma-se sempre um “campo energético sutil” (Brennan,B.) grupal, de alto padrão vibratório, com um poder transformador de eficácia inexplicável. A cura psíquica se dá num nível transpessoal, para além daqueles em que traumas ou desequilíbrios se manifestaram, impregnando psiquismo e mente. Os participantes saem transformados, integrados, afetivamente plenos. Sentimentos frequentes são o de pertencer, de fraternidade, de gratidão, paz e de esperança. Estes não se dissolvem facilmente depois do encontro grupal e fortalecem a cada um na arte de aceitar realidades e de assumir recursos pessoais com sabedoria e afeto, dentro dos contextos do dia a dia.
Quando estes dois sistemas são integrados num processo terapêutico grupal, amplia-se a disposição vital e psíquica para uma cura espiritual profunda e sustentável, cresce o desejo de superar problemas físicos e psíquicos crônicos, as mentes se flexibilizam e se expandem, a sensibilidade e a intuição desabrocham. Tanto Hellinger, B. como Palcos, M. A., advogam a “cura da alma” individual e da “alma coletiva”, apoiados na lucidez, na liberação de nossos ódios, medos, mágoas, dores. A coragem de encarar o que nos impede de amar a nós mesmos e aos demais é realçada por Hellinger na frese: “A verdade é sempre nossa amiga”. Maria Adela Palcos nos propõe: “tomemos consciência de nosso imenso poder criador, para transformar a nós mesmos e ao mundo em que vivemos”.
Contribuições do Sistema Rio Aberto e de Constelações Sistêmicas num Processo Terapêutico Grupal
O método do Sistema Rio Aberto começa mobilizando o ser energético que somos, revitalizando o corpo, fortalecendo o vínculo com a vida, conferindo ao corpo flexibilidade, tônus, fluidez, liberdade e espontaneidade de movimentos. Com uma maior fluidez das “plásticas corporais”, a pessoa vai resgatando emoções ocultas sob as “máscaras”, que vão se dissolvendo, máscaras de prazer, alegria, paz, confiança, esperança, como de ressentimento, ódio, medo. Sob as máscaras, os personagens subjacentes são, então, identificados. Assim o método promove uma contínua redescoberta da própria identidade, passando por invólucros sucessivos. Pela desmecanização corporal e psíquica da pessoa, ela flui com liberdade por múltiplas “plásticas corporais”, personagens e “máscaras”, desprende-se de cada uma paulatina e conscientemente. O transito permite, no instante do vazio, a transcender apegos e a se perceber integrado com seus semelhantes e em harmonia com o Todo, atingindo estados de meditação, individual e grupalmente. O Sistema Rio Aberto cria uma base sustentável para a transcendência dos limites da individualidade e do espaço-tempo, propicia a cura psíquica e espiritual de grupos, acionando campos energéticos coletivos de cura. O aprofundamento da cura individual e sua ampliação para a cura coletiva são potencializados quando este método é integrado com o de Constelações Sistêmicas Familiares de Hellinger.
Contribuições Específicas do Sistema de Constelações Familiares
O método de Hellinger promove a liberação interior de uma pessoa e sua harmonia com a rede ou constelação com a qual ela se identifica profundamente, a familiar. Na década de 90 passou a estender-se também a grupos de convivência, especialmente àqueles que cultivam propósitos em comum, incluindo empresas e comunidades. No futuro há vislumbres de que evoluirá para atuar no âmbito de culturas. Já há testemunhos de que está promovendo a harmonização de famílias, grupos, etnias.
O método se ocupa em contribuir para a liberação interior de “emaranhamentos” energéticos de origem familiar que restringem nossa vida, surgidos ao longo de várias gerações, podendo inclusive transpassar culturas e regiões geográficas. Hellinger admite que nos somos frequentemente inconscientes de que muitos dos nossos problemas crônicos tem origem em acontecimentos graves ocorridos no âmbito da família atual e de gerações passadas, inclusive aqueles originados por contextos sociais como guerras, crimes coletivos, migrações. Dentre os fatores causadores de “emaranhamento” na rede familiar Hellinger identificou crimes, suicídios, abandonos, exclusões, desrespeitos no âmbito familiar e outros. Ao não serem reconhecidos, corrigidos e honrados na geração em que ocorreram, tendem a gerar uma identificação inconsciente de descendentes ao destino daqueles que foram prejudicados e ao de perpetradores. Influências inconscientes sobre os descendentes restringem sua vida, saúde, capacidade de assumir vínculos afetivos, autorrealização social. A “força amorosa” (ou “campo amoroso”) que permeia a rede familiar é resgatada no processo terapêutico, inclusive por recursos ritualísticos, trazendo uma cura profunda da pessoa, familiares, grupos de relacionamento, coletivos.
A expansão de consciência individual e coletiva e a cura da alma propiciada pela integração dos dois sistemas são experiência nascida em 2003 no Brasil e os resultados estão sendo empolgantes.
Maristela de André, São Paulo